29 de maio de 2013

Pense!


Você tem rotina?


Enquanto trabalhava em meu livro Crazy Busy, percebi o quão importante é ter ritmo em minha vida. Frequentemente aparecem coisas para fazer, e frequentemente elas parecem pior do que poderiam ser, porque não fazemos uma distinção precisa entre trabalho e descanso.
É fácil encontrar pessoas que pensam que trabalho é bom e lazer é ruim (ou seja, você descansa para trabalhar). Você também pode encontrar pessoas que pensam que lazer é bom e trabalho é ruim (ou seja, você trabalha para descansar). Mas de acordo com a Bíblia, tanto o trabalho quanto o descanso podem ser bons se são feitos para a glória de Deus. A Bíblia louva o trabalho duro (Provérbios 6:6-11; Mateus 25:14-30; 1 Tessalonicenses 2:9; 4:11-12; 2 Tessalonicenses 3:10) e também enaltece a virtude do descanso (Êxodo 20:8-11; Deuteronômio 5:12-15; Salmo 127:2). Ambos têm seu lugar. A parte difícil é colocá-los em seus devidos lugares.
Muitos de nós somos menos ocupados do que pensamos, mas a vida parece constantemente opressiva porque nossos dias, semanas e anos não têm rotina. Um dos perigos da tecnologia é que o trabalho e o descanso se misturam em um mingau confuso. Nós nunca deixamos de fato o trabalho quando estamos em casa, então no dia seguinte nós temos dificuldade em retornar ao trabalho quando estamos no trabalho. Nós não temos rotina, nenhuma ordem em nossos dias. Nunca estamos completamente “ligados” e nunca totalmente “desligados”. Então ficamos ociosos no escritório passando vinte minutos no YouTube, e mais tarde checamos os e-mails por quarenta minutos na frente da TV em casa. Talvez este ajuste funcione para alguns empregadores e pode parecer libertador para muitos funcionários. Mas ao longo do tempo a maioria de nós trabalha menos efetivamente, quer seja em casa ou fora de casa, e achamos nosso trabalho menos desfrutável quando não há um intervalo regular, concentrado e deliberado.
Não muito tempo atrás, o Wall Street Journal publicou um artigo fascinante sobre o quatro vezes campeão olímpico Bernard Lagat. Natural do Quênia, mas agora cidadão dos Estados Unidos, Lagat detém sete recordes americanos de atletismo leve, entre 1.500 e 5.000 metros. De acordo com o artigo, um dos segredos de sua corrida é, na verdade, não correr. Após onze meses de intenso treinamento e competição, Lagat “guarda o tênis no armário e se empanturra de comida por cinco semanas. Sem corrida. Sem abdominais. Ele treina o time de futebol de seu filho e ganha quase 4 quilos”. Ele tira esse longo tempo de repouso todo outono desde 1999. Lagat diz que “descanso é uma coisa boa” e chama seu mês de inatividade de “puro êxtase”. Até mesmo os melhores do mundo precisam de um intervalo. De fato, eles não seriam os melhores sem um intervalo. Ociosidade não é uma mera indulgência ou vício. Ela é necessária realizar qualquer coisa.
As pessoas gostam de dizer que a vida é uma maratona, e não 100 metros rasos, mas é mais como um exercício de trilha. Nós corremos bastante, depois descansamos bastantes. Nós subimos uma colina, e depois bebemos um Gatorade. Subimos algumas escadas, depois 200 abdominais, depois 400 abdominais. No meio tempo, nós descansamos. Sem isso, nós nunca terminaríamos o exercício. Se queremos continuar prosseguindo, temos que aprender como parar. Assim como os israelitas tinham em seu calendário, nós precisamos de um tempo ocioso diário, e um descanso semanal, e tempos de refrigério ao longo do ano.
É por isso que é tão preocupante que nossas vidas estejam ficando cada vez mais sem rotina. Noite e manhã perderam sua sensação. Tudo é mesclado. A torneira está em constante goteira. A vida se torna uma indisposição, até que não possamos suportar nada mais e despenquemos para a doença, síndrome de burnout (esgotamento), ou depressão. Nós não podemos correr incessantemente e esperar que corramos muito bem.

De: Voltemos ao Evangelho 

24 de maio de 2013

Frutos do Espirito - FIDELIDADE


9 por dia: Paciência, paz, alegria, amor, domínio próprio, temperança, fidelidade, bondade, benignidade.


FIDELIDADE
Fidelidade. Assim como algumas das outras palavras que vimos na lista de Paulo, esta é uma palavra que tem um significado meio que duplo. Por um lado significa pessoas que são basicamente confiáveis, de quem se pode depender, são fieis e honestas. Mas, por outro lado, significa ser assim por um longo período de tempo no qual uma pessoa prova que é fiel por ter sido confiável não apenas por uma ocasião, mas por toda a vida.
Não há quase nenhum adjetivo que seja mais proeminente no Antigo Testamento quando se fala sobre Deus, do que “fiel”. Podemos voltar para bem no início, um dos mais antigos poemas na Bíblia está em Deuteronômio 32, e o versículo 4 descreve Deus como a Rocha, um Deus de fidelidade, sem injustiça, justo e reto. Os israelitas sabiam disso, é claro, porque em sua história, Deus havia cumprido toda promessa que já lhes fizera. Ele reconheceu-se como um Deus confiável e fiel. Então mesmo quando os israelitas estavam sofrendo o julgamento de Deus por estarem sendo necessariamente punidos por seus pecados, eles ainda sabiam que poderiam voltar para Deus em arrependimento, e Deus seria fiel à sua promessa, e os perdoaria e restauraria.
Então era possível confiar em Deus, mas e no povo de Deus? Infelizmente, frequentemente a resposta era não. E a história do Israel do Antigo Testamento é de repetida ingratidão e persistente infidelidade e traição contra o amor de Deus. Isso é algo que os profetas e as narrativas lamentam: a infidelidade de Israel.
Mas havia exceções. Havia aqueles dentro do Antigo Testamento que se provaram fieis como descrevi. Talvez o maior destes foi Moisés. De fato, o livro de Hebreus cita Números dizendo que Moisés foi fiel em toda a casa do Senhor. E eu penso que tal fidelidade de Moisés é vista de duas maneiras especiais. Primeira, ele era completamente livre de ambição pessoal. Em uma ocasião Deus disse: “Ok, vamos nos livrar desse povo e eu recomeço com você”. E Moisés disse: “Não, não, não… Não podes fazer isso. Este é o povo que livraste, este é o povo que me pediste para guiar”. Então ele não estava interessado em começar um império, ou uma nação. Ele foi fiel ao povo que Deus lhe deu. E segundo, ele era completamente livre de ciúme pessoal. Em certa ocasião houve dois homens que começaram a exercer o dom da profecia no arraial, mas fora da supervisão de Moisés. E Josué, o assistente de Moisés, chegou a Moisés e disse: “Meu senhor! Impeça-os!” Moisés olha para Josué e diz: “Está com ciúmes por mim? Tomara todo o povo do Senhor fosse profeta!” Como se estivesse dizendo: “Eu não me importo que Deus dê seu dom a outras pessoas”. Moisés não tinha ciúmes de sua própria autoridade ou seu exercício dos dons de Deus. Ele era fiel àquilo que Deus lhe deu para fazer.
Então seguimos para a fidelidade na vida e no ensino de Jesus e de Paulo. Jesus, é claro, era fiel, como Deus diria, em toda a casa de Deus, como Filho de Deus, ele foi fiel à tarefa que o Deus seu Pai lhe deu, ele a completou e consumou porque era a vontade de seu Pai. Você só pode de fato confiar nas pessoas onde há honestidade, transparência e responsabilidade. E uma das coisas assustadoras sobre a crise financeira global que temos passado, é essa perda de confiança. Costumava-se dizer que em um mundo bancário e financeiro, por exemplo, na cidade de Londres, a palavra de um homem é seu contrato. E agora parece que ninguém sabe se pode confiar em qualquer outra pessoa. E a desonestidade e a avareza parecem ter se espalhado como veneno por todo lugar.
Quando passamos de Jesus para Paulo, é muito interessante que Paulo era muito cauteloso com relação a essa questão de lidar com dinheiro. Paulo fez uma coleta entre os cristãos gentios na Grécia para levar aos cristãos judeus em miséria em Jerusalém. Era algo muito importante para ele, e ele escreveu muito sobre isso em 1 Coríntios 16, em Romanos 16, e em 2 Coríntios 8. Claramente era uma questão importante para ele. Paulo poderia ter dito: “Olhe, só me dê o dinheiro, eu levo para Jerusalém. Confiem em mim, eu sou um apóstolo”. E ainda assim, ele não fez isso. Mais de uma vez ele disse: “Vocês devem escolher pessoas em quem vocês confiam, homens autorizados pela igreja, e eles me acompanharão, e juntos nos responsabilizaremos por esta oferta. Mas então também há aquele segundo significado da palavra fidelidade que mencionei antes, que significa comprometimento de longo prazo, estável, confiável, por toda a vida. Comprometimento com Cristo, com as Escrituras, com o Evangelho, com a Igreja, com o chamado que Deus nos deu. Estas são as coisas que exigem fidelidade, e é isso que Paulo inclui na lista dos frutos do Espírito.
Eu amo essa lista em Romanos 16, porque ela torna toda essa questão muito pessoal. Aqui estavam homens e mulheres que Paulo amava, com quem Paulo trabalhou, alguns que poderiam estar na prisão com ele, alguns que arriscaram suas vidas por ele. E Paulo diz: “É isso que significa fidelidade, esse comprometimento de longo prazo com a obra de Deus por toda uma vida. Então no fim de sua própria vida, Paulo podia dizer aquelas famosas palavras em 2 Timóteo 4:7: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Este é o tipo de comprometimento e fidelidade do qual Paulo, Jesus e Moisés eram modelos, e este é o tipo de fidelidade que Deus quer ver em nós enquanto buscamos produzir os frutos do Espírito.

Por: Chris Wright. © Copyright The Langham Partnership. Todos os direitos reservados. Usado com permissão. Website: http://www.9aday.org.uk/