16 de março de 2014

Nasci de novo. E agora? - Eric Scaglioni



Boa tarde pessoal abençoado. Hoje iremos dar continuidade aos nossos estudos. Depois do último tópico foram postados alguns textos aleatórios, portanto não sei se vocês se lembram do último tema do estudo. Então, para refrescar a memória, falávamos do novo nascimento, tendo por base o texto onde Nicodemos questiona Cristo sobre como seria possível alguém nascer de novo. O tema do último tópico foi: ‘’Porque importa-vos nascer de novo’’. Continuemos, então, com uma nova etapa, cujo tema é: ‘’Nasci de novo. E agora?’’ Uma boa leitura para todos vocês. 


Efésios 2:1-5: ‘’Ele vos concedeu a vida, estando vós mortos nas vossas transgressões e pecados, nos quais andastes no passado, conforme o curso deste sistema mundial, de acordo com o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência. Anteriormente, todos nós também caminhávamos entre eles, buscando satisfazer as vontades da carne, seguindo os seus desejos e pensamentos; e éramos por natureza destinados à ira. No entanto, Deus, que é rico em misericórdia, por meio do grande amor com que nos amou, deu-nos vida com Cristo, estando nós ainda mortos em nossos pecados, portanto: pela graça sois salvos.

Anteriormente ao novo nascimento, passávamos uma vida nos entregando às nossas próprias concupiscências, satisfazendo os nossos desejos pecaminosos, agradando a nossa carne e atraindo sobre nós a cólera de Deus. Andávamos contra Deus. Por meio de um propósito pré-existente d’Aquele que nos escolheu antes da fundação do mundo, passamos a ouvir a Palavra. Sendo assim, o Espírito Santo veio sobre nós pela graça, nos gerou vida, e agora eu nasci pra Deus e realmente me converti! E agora, o que devo fazer, segundo a Bíblia?

Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram, eis que tudo se fez novo! (2 Coríntios 5:17)

A própria palavra de Deus declara que, após o novo nascimento, as coisas velhas se passaram. Isso implica em dizer que todo o nosso passado, juntamente com as nossas vontades, foram enterrados; somos mortos para o pecado, e agora vivemos para Cristo. Devemos, portanto, caminhar segundo o caminho que o Senhor nos traçou, sem olhar para trás. Tudo se fez novo. Nos tempos de Sodoma e Gomorra, Deus concedeu uma chance a Ló e sua família; porém, sua mulher olhou para trás, e se transformou em uma estátua de sal. Olhar pra trás significa saudade; devemos ter em nossos corações, dia após dia, que fomos mortos para o nosso passado e vivificados por Cristo. Temos uma nova vida, uma vida de constante arrependimento e piedade, salvos pela graça que nos foi outorgada.

Gálatas 5:16-18,24,25: ‘’Portanto, vos afirmo: Vivei pelo Espírito, e de forma alguma satisfareis as vontades da carne! Porquanto a carne luta contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne. Eles se opõem um ao outro, de modo que não conseguis fazer o que quereis. Contudo, se sois guiados pelo Espírito, já não estais subjugados pela Lei. Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos. Se vivemos pelo Espírito, andemos de igual modo sob a direção do Espírito’’.

MAS COMO POSSO ANDAR NO ESPÍRITO?
 Existem três tópicos cruciais para a vida de um cristão, que juntos respondem perfeitamente à essa pergunta.
Em primeiro lugar, é necessário viver uma vida de arrependimento.
 At 17:30-31: ‘’Em épocas passadas, Deus não levou em conta essa falta de sabedoria, mas agora ordena que todas as pessoas, em todos os lugares, cheguem ao arrependimento. Porque determinou um dia em que julgará o mundo com o rigor de sua justiça, por meio do homem que para isso estabeleceu. E quanto a isso, Ele deu provas a todos, ao ressuscitá-lo dentre os mortos!’’
 A graça de Cristo só nos alcançará se definitivamente odiarmos nossos pecados, a ponto de nos arrepender constantemente de nossos maus atos contra Deus. É necessário que nosso coração esteja contrito. Existem dois tipos de arrependimento: aquele que reflete atrição, e aquele que reflete contrição. Um arrependimento por atrição é aquele arrependimento falso, mais parecido com o remorso, onde a pessoa se coloca diante de Deus pedindo perdão pelos seus pecados, não porque o seu coração está a favor da Santidade de Deus, mas porque ela teme a sentença que poderá lhe ocorrer caso não profira meras palavras de arrependimento. Já o arrependimento que reflete contrição, é o arrependimento cujo pecador tem plena consciência que seus atos pecaminosos afetam a honra e a santidade de Deus; por amor à Cristo, o seu coração se encontra verdadeiramente favorável ao verdadeiro arrependimento. Esse pecador verdadeiramente entende a obra de Cristo na cruz, reconhecendo os seus pecados e elevando o seu coração a Deus, em busca de perdão. 

At 26:20: ‘’Preguei em primeiro lugar aos que estavam em Damasco, em seguida aos que estavam em Jerusalém e depois, em toda a Judeia e igualmente aos gentios, admoestando que se arrependessem e convertessem suas vidas para Deus, praticando obras que denotassem seu sincero arrependimento’’.

Em segundo lugar, para que caminhemos como verdadeiros cristãos que nasceram de novo, é necessário que leiamos a Palavra do Senhor. Não apenas abrir a Bíblia em dias de cultos, para acompanhar o sermão do pregador. Não! É necessário que tenhamos uma leitura diária da Palavra de Deus; de outra forma, jamais poderemos conhecer verdadeiramente ao Senhor. A plena revelação de Deus, aquilo que nós, seres humanos, podemos conhecer Dele, está explícito na Bíblia. Não há outra revelação; tudo que está além dela, é heresia. Não podemos conhecer a Deus se não for através da Palavra, e apenas ouvir sermões em culto é muito superficial. Precisamos nos apaixonar por conhecer a Deus. A própria Palavra, em Oséias 4:6, nos deixa claro o perigo que corremos ao não conhecê-la. Podemos padecer, morrer espiritualmente, sermos enganados, caso não conheçamos a Bíblia. De que adianta nascer de novo, se corremos o risco de morrermos em breve por falta de conhecimento? O diabo usou a Palavra de Deus contra o próprio Cristo, e Ele, através disso, nos ensinou que é possível vencer qualquer tentação através das Escrituras (Lc 4:1-13). O que ele não poderia fazer, então, com pessoas que não conhecem nada das escrituras? As heresias surgem com a retirada de um versículo, sem a leitura do contexto, onde se cria uma interpretação divergente daquilo que realmente significa se lermos o versículo anterior. Se você não lê a Bíblia, qualquer ateu pode pegar um versículo e te enganar irreversivelmente.

Os 4:6a: ‘’Eis que o meu povo está sendo arruinado porque lhe falta conhecimento da Palavra.’’

Assim como Davi, o nosso prazer não deve estar na mesa dos escarnecedores. Não deve estar em passar horas no celular, ou no computador, ou na TV, ou em qualquer coisa que seja, se não em meditar na Lei no Senhor. Não que não possamos ter os nossos momentos de lazer, mas isso não deve nos dominar. O que deve nos dominar é a paixão pelas coisas de Deus.

 Sl 1:1-2: Abençoado com felicidade é o homem que não segue o conselho dos ímpios, não se deixa influenciar pela conduta dos pecadores, nem se assenta na reunião dos zombadores. Ao contrário: sua plena satisfação está na lei do SENHOR, e na sua lei medita, dia e noite!’’

O terceiro e último tópico para andar no Espirito é o mais importante e, infelizmente, o mais negligenciado pelos cristãos atualmente: A oração. Sem oração, não temos comunhão com Deus. ‘’Alguém pode orar e não ser um cristão, mas alguém não pode ser um cristão e não orar.’’ (R. C. Sproul)

Devemos nos esforçar para tal, porque a oração não é algo que flui fácil em nós, porque nossa carne reluta em ter comunhão com Deus. A nossa carne ama o pecado e luta contra o nosso espírito constantemente. Porém, a oração é o segredo para a santidade. Quando estamos em uma vida fervorosa de oração, o pecado perde o brilho aos nossos olhos; se torna opaco, sem atração alguma. É verdade que não sabemos orar; é como praticar exercício: começamos do zero, mas conforme praticamos, pela graça de Deus podemos ser aperfeiçoados. O Espírito intercede por nós em oração; devemos dar legalidade a Ele, para que aja em nossas vidas. Nos auxilie, nos transforme, nos traga a Palavra necessária aos lábios. Isso é comunhão.
Rm 8:26-27: ‘’E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelos santos.’’

John Wesley comentou certa vez que não tinha muita apreciação por ministros que não gastassem pelo menos quatro horas por dia em oração. Lutero disse que orava regularmente uma hora por dia, exceto quando experimentava um dia muito atarefado - nesses dias, ele orava por duas horas.
Para terminar, deixo alguns textos bíblicos para reflexão de todos. Esses textos nos ensinam biblicamente como devemos orar e como não devemos orar.
Lc 22:39-46, 1 Ts 5:17, Mt 6:5-15.
Que o Senhor, pela sua infinita misericórdia, possa nos conceder as armas necessárias para que possamos caminhar como Lhe agrada, em constante comunhão, arrependimento, conhecimento e graça. Até a próxima pessoal!

5 de março de 2014

Por que oramos? - Lana Francis

Boa tarde pessoal! A paz de Cristo, nosso Senhor, seja com cada um de vocês. Depois de algum tempo, venho aqui postar algo que estou lendo em um livro (A oração muda as coisas? - R. C. Sproul), e  que achei interessantíssimo para repassar a vocês. Portanto, deixo claro que tudo o que eu disser neste post não vem exclusivamente de mim, mas tem por base o livro citado. Amém?




Tudo começa com uma questão: ''A oração muda alguma coisa?'' Se Deus, como sabemos e cremos, é Soberano sobre todas as coisas, conhece nossas necessidades e, ainda que as palavras não chegaram às nossas línguas, Ele já as conhece todas (Salmos 139:4), qual a necessidade da oração? Se nós sabemos que Deus é imutável, por que oramos? Se Deus sabe tudo o que iremos pedir, por que é necessário que oremos?

Vamos supor que a pergunta seja diferente, para que possamos entender melhor: ''A oração muda a mente de Deus?'' Definitivamente, não. Deus é verdadeiramente imutável. Diz a Bíblia que em Deus não há nem mesmo sombra de variação (Tiago 1:17). Você pode até me questionar: Mas a Bíblia não afirma que Deus se arrepende? Sim, isso é verdade; porém, nós sabemos que Deus é Espírito, e que os sentimentos atribuídos a Deus descritos em sua Palavra são para que nós possamos entender, segundo a nossa limitação. Os teólogos chamam isso de ''antropopatia'', que nada mais é do que a atribuição de sentimentos humanos a Deus, e observando que Deus é Espírito e não possui sentimentos como os nossos, essa é uma forma de nos fazer aproximar do entendimento sobre os sentimentos de Deus. Quando a Bíblia fala que Deus se arrependeu, não quer dizer que é como o nosso arrependimento, cujo qual sentimos quando reconhecemos a nossa necessidade de um Salvador. Deus é Santo; a palavra hebraica ''nacham'', traduzida como ''arrepender'', significa ''confortado'' no caso de Deus. Significa que Deus, quando havia prometido uma maldição ao povo, por exemplo, se sentiu confortado ao ver que o povo havia se arrependido de seus pecados e, sendo assim, revogou Sua sentença.

A mente de Deus não muda. O que muda são as coisas, segundo a vontade soberana do Senhor. Deus utiliza de meios para mudar algumas coisas, e um desses meios é a oração dos santos. Então, se a pergunta é: ''A oração muda as coisas?'', a resposta seria: sim. Porém, a nossa oração não deve ser ''unidimensional'', tendo por base apenas o pedir e o interceder; a oração é ''multidimensional'', que não se trata apenas dessas duas coisas, mas também de adorar a Deus e louvá-Lo. Não devemos orar apenas com o interesse de que algo mude, porque nem todas as vezes algo irá mudar. Cristo orou no Getsêmani para que aquele cálice fosse afastado d'Ele, mas orou também pra que fosse feita a vontade do Pai, e assim se sucedeu. As coisas mudam conforme a vontade de Deus, e não a nossa. Devemos ter em nossos corações que, ainda que Deus conheça as nossas necessidades, nós devemos expôr a Ele todas elas, como forma de criar intimidade e comunhão com o Criador e Sustentador de nossas vidas. Isso é uma dádiva; a oração é o segredo da santidade. É por isso que devemos orar; é a chave para que possamos nos afastar do pecado, tornar o pecado menos atraente aos nossos olhos. A oração nos aproxima de Deus, nos torna íntimos e O glorifica. Nós com certeza colheremos benefícios da oração, mas em primeiro lugar, serve para glorificar a Deus.

Para terminar, deixo uma frase retirada do livro: ''Alguém pode orar e não ser um cristão, mas alguém não pode ser um cristão e não orar.'' Se não temos comunhão com Deus, nós não pertencemos a Ele. Se deixamos de orar, O estamos desobedecendo, porque é uma ordem d'Ele. Busquemos crescer em oração, tendo em mente que o Senhor conhece todas as nossas necessidades, mas ainda assim se agrada quando, como filhos, expomos nossos corações a Ele. Amém? Fiquem com Deus e até a próxima pessoal!